O Dólar em alta e Ibovespa em oscilação, reflete o clima de cautela no mercado financeiro brasileiro. As preocupações com o risco fiscal aumentaram após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicar que não há previsão para o lançamento de um pacote com cortes de despesas públicas, anunciado inicialmente após as eleições. O mercado aguarda medidas claras que possam reduzir os gastos públicos em torno de R$ 50 a R$ 60 bilhões, correspondendo a aproximadamente 0,5% do PIB.
Impacto das Notícias Econômicas dos EUA
Nos Estados Unidos, o cenário econômico também afeta o mercado global. A primeira estimativa do PIB americano para o terceiro trimestre mostrou um crescimento de 2,8%, ligeiramente abaixo dos 3% esperados, embora a economia americana permaneça robusta. O relatório de emprego ADP, divulgado no mesmo dia, revelou a criação de 233 mil novas vagas no setor privado em outubro, superando as previsões do mercado. Esse aquecimento do mercado de trabalho pode pressionar a inflação, complicando o plano do Federal Reserve de realizar cortes mais rápidos nas taxas de juros.
Variações do Dólar e Ibovespa
Às 10h25, o dólar subia 0,34%, alcançando R$ 5,7803, com a máxima do dia atingindo R$ 5,7904. No dia anterior, a moeda já havia avançado 0,92%, alcançando o maior valor desde março de 2021. Esse aumento recente fez o dólar acumular alta de 0,99% na semana, 5,77% no mês e 18,72% no ano. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, mostrava queda de 0,09% no mesmo horário, aos 130.845 pontos. No dia anterior, o índice caiu 0,37%, acumulando perdas de 0,82% no mês e 2,58% no ano.
Expectativas do Mercado sobre Juros e Risco Fiscal
Recentemente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou que para uma redução estrutural dos juros no Brasil é necessário um ajuste fiscal positivo. Essa fala, feita em uma reunião com investidores em Londres, aumenta as expectativas de que o governo implemente cortes de despesas concretos. Com a possibilidade de o Fed nos EUA reduzir o ritmo de cortes de juros, o preço do dólar pode permanecer elevado no Brasil, especialmente enquanto as contas públicas e o risco fiscal seguem como principais focos de atenção.
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